Por que o tratamento correto dos resíduos hospitalares é tão importante?

Em todo o sistema de saúde e, principalmente em hospitais e clínicas, são gerados grandes e - dependendo da ala médica - diferentes quantidades de resíduos específicos.

Por que o tratamento correto dos resíduos hospitalares é tão importante?

Um primeiro olhar para o número total de hospitais, consultórios médicos e laboratórios em território brasileiro deixa claro que os resíduos de cuidados hospitalares e sua eliminação representam uma importante tarefa logística com um nível correspondentemente alto de responsabilidade para seus encarregados - muito além da higiene e do ponto de vista de infecções, estamos falando sobre a proteção de dados e dos cuidados por razões ambientais.

Os dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais mostraram um aumento na geração de resíduos hospitalares em 20% no mês de junho em comparação ao mesmo período do ano anterior. O surgimento da pandemia de COVID-19 e o aumento progressivo e desastroso de pacientes acometidos pela doença é uma das principais razões pelas quais deve-se prestar atenção no tratamento correto dos resíduos hospitalares.  Afinal, de acordo com a mesma entidade, a geração média de resíduo hospitalar por pessoa infectada e internada para tratamento de COVID-19 tem sido de 7,5 quilos por dia.

Essa quantidade de números deixa algo bem claro: é cada vez mais importante os diversos setores de saúde prestarem atenção a seus recursos, planejando de maneira eficiente e ecológica o tratamento correto de resíduos hospitalares, além da possibilidade de uma recuperação de materiais valiosos em todo o processo.

Que tipo de resíduos os hospitais produzem?

Resíduos hospitalares são uma grande variedade de substâncias, materiais e objetos. Pode ser um simples guardanapo, papel ou frascos de vidro, mas também recipientes desinfetantes, cânulas, resíduos de medicamentos, órgãos ou dispositivos médicos desatualizados.

Todos eles são constantemente categorizados em seu tipo, qualidade e quantidade, tais como: 

  • Objetos pontiagudos e afiados;
  • Partes do corpo e órgãos, incluindo bolsas de sangue e produtos sanguíneos;
  • Produtos químicos que consistem em ou contêm substâncias perigosas;
  • Moldes de gesso, linho, roupas descartáveis, fraldas entre outros;
  • Drogas citotóxicas e citostáticas;
  • Resíduos de amálgama odontológicos;
  • Resíduos cuja coleta e descarte estão sujeitos a requisitos especiais ao ponto de vista da prevenção de infecções;

Uma visão geral completa de todos os tipos relevantes de resíduos e suas atribuições segundo a Legislação Brasileira pode ser encontrada aqui!

Benefícios | Tratamento correto dos resíduos hospitalares 

O tratamento correto dos resíduos hospitalares aumenta a segurança de funcionários e pacientes, reduzindo o potencial de ferimento por materiais cortantes, junto com os custos de tratamento direto e indireto como resultado. Além disso, também reduz o risco de exposição a patógenos transmitidos pelo sangue e reduz as infecções adquiridas em hospitais.

Com o COVID-19, somos todos, clínicos ou não, hiperconscientes de quando tocamos em qualquer superfície. Por isso, um plano de tratamento de resíduos hospitalares moderno inclui soluções que minimizem o toque, protejam os responsáveis pela coleta e garantam um despejo eficiente e ecológico.

Os últimos dados coletados pelo Ministério da Saúde mostram como ferimentos com agulhas e outros materiais perfurocortantes, em geral, são um dos maiores responsáveis pelo perigo na transmissão de mais de 20 tipos de patógenos diferentes, sendo o vírus da imunodeficiência humana  (HIV), o da hepatite B e o da hepatite C os agentes infecciosos mais comumente envolvidos.

Ao fazer o tratamento correto dos resíduos hospitalares, as instituições:

1. Cumprem com as leis

Entram em conformidade com os regulamentos estaduais e federais, permanecendo-se íntegras e seguras com seus pacientes;

2. Impacto Ambiental

A má gestão dos resíduos hospitalares pode levar à contaminação da água e dos habitats da vida selvagem. Se feito corretamente, as toxinas prejudiciais não entram em contato pela água com a vida humana e nem poluem florestas ou rios.

3. Redução de riscos para pacientes e funcionários

A gestão de resíduos hospitalares inclui mais segurança na vida de pacientes e funcionários, livrando-os da exposição a materiais infecciosos, picadas de agulhas e outras condições perigosas resultantes de uma gestão inadequada.

Este tópico também é fundamental, pois discute:

  • O controle de doenças nosocomiais (infecções adquiridas em ambientes hospitalares;
  • Corte no ciclo de infecções;
  • Segurança do trabalhador e da vida de maneira fácil e econômica;

4. Saúde pública

Quando o resíduo hospitalar é descartado corretamente, contribui com o público além das paredes hospitalares. Afinal, as boas práticas de tratamento de resíduos transparecem no:

  • Controle de zoonoses (doenças transmitidas aos humanos, por meio de insetos, pássaros, ratos e outros animais;
  • Evita efeitos negativos para a saúde a longo prazo, por exemplo, câncer, da liberação ambiental de substâncias tóxicas como dioxina, mercúrio e outros;
  • Impede a reembalagem ilegal e revenda de agulhas contaminadas;
  • Reduz drasticamente a transmissão de HIV/AIDS, sepse e hepatite por agulhas sujas e outros itens médicos descartados de maneira inadequada;

5. Eficiência

A gestão de resíduos de saúde é mais eficaz quando métodos adequados são empregados em cada etapa, desde o planejamento e aquisição até o descarte!